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ESTADÃO: Um terço das mães em favelas já relata escassez de comida, diz levantamento

No cenário de pandemia de coronavírus, a situação nas favelas brasileiras é urgente – a fome já ronda as famílias que vivem em comunidades de todo o País, de acordo com pesquisa realizada pela Data Favela e pelo Instituto Locomotiva. Segundo o levantamento, 92% das mães entrevistadas entre os dias 26 e 27 de março disseram que, dentro de um mês, terão dificuldade para alimentar os filhos caso um programa de distribuição de renda não as alcance. Segundo 34% delas, a escassez de comida já é um problema.

A situação é agravada por dois fatores. A primeira é a freada geral da economia com o isolamento social, que corta a renda das mulheres autônomas. “A marmiteira, a diarista e a vendedora ambulante dependem da circulação para ganhar dinheiro. Nem quem vende bala no semáforo consegue arrecadar”, diz Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva. Além disso, 76% das mães disseram que a suspensão das aulas ampliou gastos, pois a merenda da escola garantia parte das refeições das crianças.

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A situação é emergencial. Por isso, a Central Única das Favelas (Cufa), que está presente em 260 comunidades pelo País, usa os líderes comunitários para definir quem deve receber os donativos primeiros. “A gente precisa identificar quem está sem comida na mesa hoje e colocar dinheiro na mão dessas pessoas o mais rápido possível”, diz Celso Athayde, presidente da Cufa.

A entidade, com ajuda de empresas, está montando um programa para distribuir uma ajuda de custo mensal de R$ 120, por dois meses, para 10 mil mães de família em favelas já a partir do próximo dia 15.

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