O cartão de crédito e os empréstimos feitos por familiares são as duas principais fontes de crédito dos brasileiros. Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva, 1/3 recorre ao serviço bancário quando a renda aperta, e ainda 33% recorrem a parentes.
As classes A e B dependem mais do cartão do que as demais: 44%. Esse volume é de 30% entre a classe C e de 20% nas classes D e E. Na classe C, ao contrário, a maior parte das pessoas (38%) diz pedir empréstimo para familiares, enquanto só 25% das classes A e B recorrem aos parentes.
Comparando as regiões do país, os brasileiros que vivem no Sudeste recorrem mais ao cartão de crédito (39%) do que quem vive no Norte (17%) ou no Nordeste (19%). Nesses locais, ao contrário, sobem os índices de pessoas que conseguem dinheiro emprestado com familiares (46% no Norte e 40% no Nordeste).
Para o presidente do instituto, Renato Meirelles, os números refletem o lugar que o cartão de crédito ocupa para grande parte das famílias brasileiras.
“Muita gente fecha o mês sem dinheiro para pagar todas as contas e, então, recorre ao cartão de crédito – pessoal ou de parentes – para conseguir chegar até o final do mês”, analisa.
Apenas 2% da população diz buscar crédito em fintechs. Segundo Meirelles, isso é um indicativo de que, ao menos por enquanto, as novas instituições bancárias ainda não conseguem oferecer produtos acessíveis.
Muitos brasileiros têm dificuldades em acessar o crédito formal: quatro em cada dez dizem ser difícil conseguir um empréstimo ou um financiamento no Brasil. Metade da população tem cartão de crédito bancário, e grande parte dela o utiliza como um complemento de renda.
“O grande desafio das instituições financeiras no Brasil é serem parceiras na prosperidade dos seus clientes”, finaliza Renato Meirelles.