Enquanto o país tenta lidar com a crise econômica, nas favelas brasileiras, onde a crise sempre existiu, é o otimismo que prevalece para o ano que começa: oito de cada dez moradores acreditam que a vida em 2020 será melhor, seja com respeito às finanças, à saúde ou às relações familiares. Mas a sorte não depende de Governos para 64% deles: ela virá, principalmente, do esforço próprio. Tornar-se um empreendedor é a principal expectativa profissional, ao lado da conquista da casa própria no âmbito pessoal. Os dados fazem parte da maior pesquisa desenvolvida até hoje no Brasil sobre favelas, onde moram 13,6 milhões de brasileiros —pouco mais de 6% da população do país. E os números mostram que se a esperança de realização dos desejos pessoais e profissionais é alta, a de conquistar um sonho coletivo para a comunidade, como mais segurança para os moradores, é baixa. Apenas 28% das pessoas têm certeza que os sonhos para a comunidade serão alcançados.
O levantamento foi realizado em dezembro deste ano em mais de 60 favelas de todos os Estados do país pelos institutos Data Favela e Locomotiva, em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA) e a Comunidade Door.