A pandemia do coronavírus já alterou a vida de 97% das 13,6 milhões de pessoas que moram em favelas em todo o Brasil. A maioria ― 2 em cada 3 moradores ― estão preocupados com a própria saúde, mas também com o impacto na renda durante o período de crise. Aliás, sete em cada dez famílias já viram a renda familiar diminuir nas últimas semanas por causa da interrupção da atividade econômica causada pelo novo vírus. Pior, se essas pessoas precisarem ficar em casa por até um mês, sem trabalhar, e cumprindo as recomendações da comunidade científica de distanciamento social, 86% teria dificuldade para comprar comida e outros itens básicos de sobrevivência.
Esses são alguns dos principais dados da pesquisa Data Favela/Instituto Locomotiva divulgada na terça-feira, 24 de março. O estudo realizou 1.142 entrevistas entre os dias 20 e 22 de março em 262 comunidades de todos os Estados da Federação. Foram ouvidos homens e mulheres com 16 anos ou mais, e a margem de erro é de 2,9 pontos percentuais. “Ouvimos o discurso de que a epidemia é democrática, que pega ricos e pobres da mesma forma. Mas a pesquisa deixa claro que não é assim, que existe uma parcela da sociedade que não tem poupança, que não tem recursos para manter seu padrão de vida caso não consigam trabalhar. É mais fácil fazer quarentena com uma geladeira cheia e uma casa confortável do que quando se mora em uma favela onde a geladeira está fazia, falta água e cinco pessoas moram num espaço de 20 metros quadrados”, resume Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
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