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ONU: Nove em cada dez brasileiros dizem que negros têm mais chance de serem abordados de forma viole

Segundo dados de 2014 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), negros e negras, o que inclui pardos e pretos, compõem 53,6% da população brasileira.

O primeiro webinário Fórum Data Favela, com a organização da Central Única das Favelas (CUFA), do Instituto Locomotiva e da UNESCO no Brasil, apresentou na quarta-feira (17) dados inéditos da pesquisa “As Faces do Racismo”.

O levantamento aponta as desigualdades que os negros enfrentam para entrar no mercado de trabalho e para ter acesso e oportunidades de estudo. Também revela que nove em cada dez brasileiros reconhecem que pessoas negras têm mais chance de serem abordados de forma violenta pela polícia.

Participaram desse encontro virtual a diretora e representante da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto; o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles; o fundador da CUFA, Celso Athayde; o presidente da CUFA Global, Preto Zezé; a presidente e fundadora da Feira Preta, Adriana Barbosa; a representante do Frente Favela Brasil, Anna Karla Pereira; e os atores Bruno Gagliasso e Hélio de la Peña.

Neste primeiro webinário, os convidados debateram como o racismo tem se manifestado na sociedade e os principais desafios para superá-lo. Segundo a pesquisa apresentada, cerca de 76% dos entrevistados de cor negra afirmaram conhecer alguém que já sofreu preconceito ou algum tipo de discriminação dentro do ambiente de trabalho. O levantamento foi feito com 3.100 pessoas com idades entre 16 e 69 anos, de todos os estados do país, nos dias 4 e 5 de junho.

“É urgente promovermos esse debate, com dados concretos como os que nos traz o Instituto Locomotiva, que mostram a desigualdade e o racismo estrutural da sociedade brasileira. Precisamos investir em uma agenda de inclusão e da igualdade”, destacou Marlova Noleto, diretora e representante da UNESCO no Brasil.

“A educação e a cultura têm um papel transformador neste processo e podem contribuir para mudar significativamente a realidade. Precisamos fortalecer as políticas públicas de inclusão e combate ao racismo, inclusive com ações afirmativas. Temos o compromisso de construir uma sociedade inclusiva, onde ninguém seja deixado para trás.”

Dados da pesquisa mostram que 91% dos entrevistados entendem que uma pessoa branca tem mais chances de conseguir emprego que uma negra. A maioria dos entrevistados, cerca de 66%, diz ter chefes brancos e 46% da população reconhece ter pouca ou nenhuma diversidade em seu ambiente de trabalho. De acordo com o estudo, trabalhadores não negros ganham, em média, 76% a mais que os negros.

Ao apresentar a pesquisa, Renato Meirelles observou: “ganho mais do que um negro com 42 anos. Ganho muito mais do que uma mulher negra com 42 anos. Ganho mais porque na ‘corrida dos 100 metros’ eu queimei a largada. Isso significa que a cor da minha pele e o fato de ser homem, fez com que saísse na frente na luta do chamado ‘vencer na vida’. Isso reflete os dados apontados na pesquisa que escancaram a desigualdade racial no Brasil.”

Para Celso Athayde, “a primeira coisa que temos que reconhecer é que somos diferentes. Para que nós negros, que somos maioria, possamos tirar proveito dessas diferenças e equalizar o nosso lugar na sociedade. Para que um dia a gente possa então parar de largar em desvantagem nessa corrida”.

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