Uma pesquisa inédita do Instituto Locomotiva em parceria com Instituto Patrícia Galvão mostra que 82% das pessoas concordam que o aborto deva ser permitido em caso de estupro. O levantamento “Percepções sobre estupro e aborto previsto em lei” foi feito com 2.000 pessoas de todo o país, de diferentes idades, classes sociais e gêneros.
Mostra ainda que 8% acreditam que aborto não deveria ser permitido em nenhuma hipótese, 10% pensam que apenas se houver risco de vida para a mãe, e 12% são a favor do aborto em qualquer situação.
O Brasil permite que a interrupção de gravidez seja feita legalmente em três casos: estupro, anencefalia ou risco de vida à mãe. Em outros casos, a pena é de um a três anos de prisão para a gestante.
A pesquisa revela que 88% das pessoas são a favor de a mulher vítima de estupro decidir se quer ou não interromper a gravidez de forma legal e segura em um hospital público. O mesmo número de 88% diz respeito aos que acreditam que toda cidade deveria ter serviços públicos para interrupção de gestação decorrente de estupro.
Os participantes também foram questionados sobre o caso da menina de 10 anos que engravidou e enfrentou uma saga para conseguir ter direito ao aborto após ser estuprada por um tio. 91% conhecem o caso, e 94% são favoráveis que, em casos como esse, a criança tenha acesso à interrupção da gestação.
Outro número que o levantamento traz é que 52% das pessoas conhecem alguém que foi estuprada, sendo que, em 17% dos casos, a vítima engravidou. Ou seja, 14,6 milhões de brasileiros conhecem uma mulher que ficou grávida em um estupro.
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